sexta-feira, 21 de junho de 2013

Círculo sem circunferência...



O método de treino de Bruce Lee, em sua essência , não é uma questão de aprender a técnica, mas sim de espiritualidade e físico altamente desenvolvidos

As ferramentas estão em um centro indiferenciado de um círculo que não possui circunferência.

Movimento sem movimento, corpo tenso mas também relaxado...  Vendo tudo acontecer, porém de modo algum ansioso em relação ao resultado. Sem nada planejado intencionalmente, nada calculado conscientemente, sem antecipação, sem expectativa.

Você nunca poderá ser o mestre do seu conhecimento técnico, a menos que todos os seus obstáculos mentais sejam removidos e você possa manter sua mente em um estado de vazio (fluidez), desprovida até mesmo de todas as técnicas aprendidas.

A arte vive onde há liberdade absoluta, porque onde não existe liberdade absoluta, não pode haver criatividade.

Com todo o treino jogado ao vento, com uma mente perfeitamente inconsciente do seu próprio trabalho, com o próprio ser vagando pelo nada, a arte atinge sua perfeição.

Quanto mais ciente você se torna, mais se desprende, dia após dia, do que aprendeu, mantendo sua mente sempre renovada e não contaminada por um condicionamento anterior.

O aprendizado das técnicas corresponde uma compreensão intelectual das filosofias Zen e, tanto no Zen quanto no método de luta de Bruce Lee, uma boa capacidade intelectual não cobre toda a base da disciplina. Ambos exigem a obtenção da realidade definitiva, que é o vazio ou o absoluto. Este último transcende todas as formas da relatividade.

Todas as técnicas devem ser esquecidas e o inconsciente deve ser encarregado de lidar com a situação. A técnica se mostrará de forma automática ou espontânea. Mover-se com totalidade, não ter técnica, é ter todas as técnicas.

Todos os objetivos separados dos meios são ilusões, deste modo, a evolução se torna a negação do ser.

Dê olhos à sua mente. Todos os movimentos vêm do vazio, e na mente se encontra o aspecto dinâmico do vazio. Ele é direto, sem motivações centralizadas no ego. O vazio é sinceridade, originalidade e franqueza não permitindo nada entre ele e seus movimentos.

É o ego que se mantém rígido contra as influências de fora, e é essa "rigidez de ego" que torna impossível para nós aceitar tudo o que nos confronta.

Assuma a pureza primitiva. Para mostrar suas atividades inatas ao limite máximo, remova todas as barreiras psíquicas.

A roda gira quando não está excessivamente presa ao eixo. Quando a mente está obstruída, ela se sente inibida a cada movimento, e nada será realizado com espontaneidade. Seu trabalho será de baixa qualidade ou poderá nunca ser terminado.

Quando a mente está presa a um centro, não está livre naturalmente. Ela pode se mover apenas dentro desse centro. Se o lutador ficar isolado, morre. Fica paralisado dentro da fortaleza de suas próprias idéias.

Quando não há obstruções, os movimentos do lutador são como relâmpagos ou como um espelho refletindo imagens.

Quando a insubstancialidade e a substancialidade não forem estabelecidas e definidas, quando não houver caminho para mudar o que é, o lutador terá dominado a forma disforme. Quando há apego à forma, quando há prisão da mente, o caminho não é o verdadeiro. Quando a técnica se revela por si só, este é o caminho.

A arte não deve ser baseada em técnicas ou doutrinas. Ela é apenas como você é.

Quando não há centro nem circunferência, então há a verdade. Quando você se expressar livremente, terá o estilo ......

                                                                                                                                       Adaptado por thunder


domingo, 16 de junho de 2013

Sobre a repressão policial.....


 
   "Há um forte desejo, na maioria de nós, de nos vermos como instrumentos nas mãos dos outros e, assim, livrarmo-nos da responsabilidade de atos que são estimulados por nossas próprias inclinações e impulsos questionáveis. Tanto o forte quanto o fraco agarram essa desculpa. O fraco esconde sua maldade sob a virtude da obediência. O forte reivindica absolvição proclamando-se o instrumento escolhido por um poder superior - Deus, a história, o destino, a nação ou a humanidade."
                                                                      
                                                                                                                               -Bruce Lee
 


sábado, 15 de junho de 2013

O Tao do Jeet Kune Do





   Enigmático, atmosférico e filosófico...

   O Tao do Jeet Kune Do não é mais um livro "Kung Fu passo-a-passo".

   Este livro mudou radicalmente todo o panorama das artes marciais. Porque o Jeet Kune Do - sistema criado por Bruce Lee - mais do que um estilo de luta, é uma maneira de pensar.
   O livro é uma coletânea de aforismos, técnicas de combate e apontamentos filosóficos que, apesar de não ter sido organizada pelo autor (o volume foi compilado após a sua morte), apresenta uma coerência extraordinária.
   Uma de suas maiores qualidades - e motivo para muita polêmica nos círculos mais tradicionais das artes marciais - é o ecletismo de estilos que, unidos, dão origem ao Jeet Kune Do: se o cerne do estilo é baseado nas técnicas do Kung Fu tradicional, há muitas técnicas de judô e jiu-jitsu, além de vários elementos do boxe ocidental.
   Bruce Lee não reconheceu limites para criar uma técnica cujo objetivo maior esta além de simplesmente derrotar o adversário, ganhar ou perder uma luta. O que o Jeet Kune Do propõe aniquilar são os obstáculos que o praticante de artes marciais pode encontrar ao longo de sua busca pelo autoconhecimento constante.
   Como disse Linda Lee Cadwell (esposa de Bruce e organizadora da obra): "Abra sua mente, leia, entenda e experimente. Depois, desfaça-se deste livro..."
   Trilhar o Tao* do Jeet Kune Do é percorrer o caminho do auto-conhecimento sempre. Absorva o que é útil e o que te faz bem, ignore o resto.
   Bruce era contra a cristalização do movimento e da institucionalização do estilo, dizia que cada ser humano é impar em sua existência e defendia um desenvolvimento individual da técnica e aí que esta o charme...o tempero... isto que te torna autêntico.......

   Deixo-lhes com a pergunta: Se a filosofia de Bruce Lee vai contra a reprodução de um estilo e a difusão de um sistema pronto...Então por que existem academias de "Jeet Kune Do" ?

                                                  Abraço a todos... Comentem...


* "Tao" = caminho, percurso.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Em uma alma absolutamente livre
De todos os pensamentos e emoções,
Nem mesmo o tigre encontra espaço
Para cravar suas garras afiadas.

 

A mesma brisa passa
Pelos pinheiros da montanha
E pelos carvalhos do vale;
Então, por que produzem notas diferentes?

 

Nenhum pensamento, nenhuma reflexão,
Vazio perfeito.
Porém, algo se move ali,
Seguindo seu próprio curso.

 

Os olhos a vêem,
Mas nenhuma mão pode alcançá-la -
A lua no riacho.

 

Nuvem e névoa
São transformações entre o céu e a terra.
Acima delas, brilham eternamente o Sol e a Lua.

 

A vitória é para aquele
Que, mesmo antes do combate,
Não pensa em si mesmo,
Obedecendo à não-mente da Grande Origem.



Um monge taoísta
Abertura do livro "O Tao do Jeet Kune Do" por Bruce Lee.